A cultura caiçara está presente em todo Arquipélago de Ilhabela, lindos artesanatos decoram pousadas e restaurantes, canoas coloridas embelezam as enseadas e em algumas praias redes de pesca secam ao sol. As suas principais características são a hospitalidade, a alegria e a simplicidade e suas origens remontam ao século XVI, principalmente após a miscigenação entre índios e portugueses que optaram por viver longe das cidades, junto ao mar especialmente do sul do Paraná ao sul do Rio de Janeiro. Posteriormente outros estrangeiros e ex-escravos engrossaram a base genética deste povo de feições marcantes, que mescla traços indígenas, africanos e europeus – a explicação para a pele morena e os olhos azuis de alguns caiçaras. Cerca de 899 ilhéus vivem em 14 comunidades tradicionais caiçaras no Arquipélago, localizadas na Ilha da Vitória, na Ilha dos Búzios (Guanxumas e Porto do Meio) e na Ilha de São Sebastião* (Fome, Serraria, Guanxumas, Mansa, Vermelha, Figueira, Sombrio, Tocas, Bonete e, em Castelhanos, o Canto do Ribeirão e o Canto da Lagoa). Infelizmente a especulação imobiliária extinguiu ou descaracterizou muitas comunidades. O isolamento geográfico mantém muitas famílias longe das “modernidades” dos grandes centros, algumas vivendo em casas de “pau a pique” cobertas com sapê e com fogões à lenha que preparam saborosos pratos à base de peixe, feijão e mandioca. Tradicionais casas de farinha persistem ao tempo nas ilhas dos Búzios e da Vitória, no Saco do Sombrio e nas praias do Bonete, das Enchovas, da Figueira, Vermelha, das Guanxumas e da Fome. Simpáticos pescadores vivem como seus antepassados do artesanato, da pesca, do extrativismo e do plantio de subsistência, com técnica e conhecimento singular sobre a natureza. Produzem utensílios domésticos e para a pesca e alguns ainda dominam a arte ancestral de esculpir canoas de origem indígena em um único tronco. O linguajar do caiçara enriquece lendas e contos seculares e suas tradições se mantém vivas em festejos religiosos com muita música e danças típicas, como o Baile dos Congos (atual congada), registrado desde 1794. A Prefeitura e o o Parque Estadual de Ilhabela trabalham para o equilíbrio entre a valorização das comunidades e a preservação dos frágeis recursos naturais. OBSERVAÇÕES: 1- Popularmente chamada de Ilhabela, a Ilha de São Sebastião é a maior ilha do Arquipélago de Ilhabela; 2- Algumas comunidades possuem estrutura básica e estão abertas ao ecoturismo, como Bonete e Castelhanos. Outras ainda não possuem estrutura ou preferem viver isoladas dos turistas, como as dos Búzios, da Vitória e das praias Vermelha e Figueira; 3- Levantamentos de março de 2012.